Da atual equipe de colaboradores do Centro de Educação Infantil do Movimento Comunitário Estrela Nova, Josefa Duarte Rodrigues, de 54 anos, é a maior veterana. Em fevereiro de 2018, ela completou 17 anos como auxiliar de desenvolvimento infantil da creche.
Vinda de João Pessoa (PB) há 31 anos, Jô, como é conhecida, chegou a São Paulo para morar com seus irmãos no bairro do Jabaquara. Com 23 anos de idade, começou a procurar trabalhos pela cidade, acumulando experiências como balconista, atendente e babá, até se firmar como auxiliar de classe em uma escola particular no bairro de Moema.
Quando Josefa foi desligada da escola, em meados dos anos 1990, ela mudou-se com um de seus irmãos para o Jardim Helga, no Campo Limpo e logo conheceu o CEI Estrela Nova. Ainda trabalhou em outra creche, até que, em 2001, Jô participou de um processo seletivo na entidade e foi chamada para atuar como auxiliar de berçário.
O primeiro ano da colaboradora não foi dos melhores, lembra: “De início, eu achei que não iria me adaptar, porque tudo era diferente, como trabalhar aos finais de semana, ter muita demanda e cobranças. Mas, eu segurei essa vaga porque precisa trabalhar. Depois de um ano, a direção da creche mudou e as coisas evoluíram para melhor, se tornou um novo ambiente”.
Nesse período, a primeira filha de Josefa, Natália (22), foi matriculada na creche e permaneceu perto da mãe por um ano e meio. Depois, foi a vez de sua filha mais nova, Bárbara (18), que ficou por um ano. Além da creche, as meninas também frequentaram o Centro para Crianças e Adolescentes (CCA) do Estrela Nova, cerca de quatro a cinco anos.
Depois de cinco anos trabalhando com os bebês no berçário, Jô resolveu trocar de sala para ter novas experiências. Assim, passou por todas as faixas etárias de crianças – de 0 a 4 anos – e trabalhou com quase todas as professoras de sua época. “Gosto mais de trabalhar com as turmas de dois e três anos, porque cada dia é uma novidade, uma surpresa. O que você acha que eles não são capazes de fazer, eles fazem”, afirmou Jô.
Ao longo de 17 anos, Josefa aprendeu muito. Pedagogia Waldorf, costura, trabalhos manuais… Tudo o que o Estrela Nova proporcionou relacionado a cursos, palestras e livros. “Eu faço questão de levar para casa o que eu produzo, porque eu brinco com a minha filha que um dia serão dos meus netos”.
Sobre ser a referência mais antiga entre as professoras, Jô se sente muito bem. Segundo ela, o melhor de tudo é ser reconhecida pelas famílias. “Várias meninas que eu já cuidei hoje vêm para deixar seus filhos. Elas me abraçam e dizem que têm uma lembrança muito boa de mim”, comentou orgulhosa.
Ficar todos esses anos no mesmo lugar não tem apenas um motivo. Para Josefa, a instituição se tornou uma boa referência. Ver a comunidade sempre falando bem do espaço e dos colaboradores é animador. Além disso, há o grande amor que ela sente pelas crianças, que dinheiro nenhum supera. “Tudo o que eu faço é com muito carinho, dando o melhor de mim para eles e por eles. Por isso, deixo aqui o meu companheirismo e a minha dedicação”, completou a colaboradora.
O Estrela Nova agradece a Josefa por todos esses anos dedicados às crianças, por sua perseverança e pelo profissionalismo que sempre demonstrou, deixando tantas famílias marcadas pelo seu carinho e pela sua atenção.